7 insights do Web Summit 2025 para profissionais de saúde e bem-estar
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Mayara Neris
O Web Summit é considerado o maior evento de tecnologia e inovação da América Latina, são quatro de encontro, que reúne lideranças globais para debater tendências em negócios, inteligência artificial, impacto climático e cultura digital.
1. O Brasil é diferente de todos os territórios quando falamos de tecnologia
As pessoas de fora do Brasil falam bastante sobre como os desafios que temos no país. Também temos território, espaço, um público gigante.
Vi muitas palestras falando do Brasil com brilho dos olhos em termos de oportunidades de negócios mesmo.
Algumas empresas planejando a própria expansão de produtos para cá e de como também devemos e podemos produzir tecnologia de qualidade aqui para exportar.
2. Muita gente querendo tornar acessível o tratamento de saúde mental, porém…
Essa é a visão muito minha.
Vi algumas soluções que prometem tornar o acesso a saúde mental mais acessível e isso basicamente significa cobrar barato por uma consulta ou tratamento.
Na prática, quem paga a conta é a pessoa profissional.
Essa conta não fecha, uma vez que profissionais de saúde e bem-estar também são pessoas (!), também sofrem, têm as próprias contas para pagar e ainda sofrem com a pressão de fazer esse valor mais social.
Às vezes, parece que há um desconhecimento generalizado sobre como é o dia a dia de profissionais que lidam com o sofrimento mental alheio.
Nós sabemos como também não está tudo bem com profissionais que precisam lidar sozinhas com tudo o que vem com um tratamento “mais acessível”.
Essas soluções devem existir, claro, mas pensar na outra ponta é fundamental. Caso contrário, vamos resolver um problema e criar outro, que é o burnout em profissionais de saúde e bem-estar.
3. Rio de Janeiro se firmou como o centro de inteligência artificial com o ‘Rio AI City’
O prefeito do Rio participou da abertura junto com o CEO do Web Summit e além de anunciar que o evento fica no Rio por mais cinco anos.
Ainda anunciou que tem como objetivo transformar a capital no maior polo de data centers da América Latina.
Quando temos uma iniciativa tão grande vinda de políticas públicas, já sabemos que é um caminho sem volta.
A boa notícia é termos uma iniciativa desse tamanho em solo brasileiro.
4. O ChatGPT agora está no WhatsApp
Nico Andrade, COO da OpenIA — criadora do ChatGPT — deu um overview muito bom sobre casos de uso da IA e sobre a própria OpenAI.
No final, ele anunciou o 1-800-ChatGPT.
Basicamente a junção do ChatGPT no WhatsApp e que pode ser usado 30 minutos por mês de graça.
Ainda está na fase experimental.
Mas isso prova o avanço da empresa e como ela está ligada no comportamento do brasileiro.
Com essa iniciativa, a minha aposta é que vai crescer ainda mais o número de pessoas usando o robô como terapeuta.
Como você tem se preparado para essa realidade?
5. A inteligência artificial está em todo lugar e assim será por muitos anos
Um dado que me chamou bastante atenção foi o comparativo entre smartphone e ChatGPT na corrida para atingir 100 milhões de pessoas usuárias.
- Celular demorou 16 anos
- Instagram levou dois anos e meio
- TikTok levou nove meses
- ChatGPT demorou dois meses
Tudo daqui para frente tende a ter esse nível de uso, uma vez que estamos cada vez mais fluentes em tecnologia.
Quem não aprender a trabalhar com IA, vai ficar para trás.
E isso vale para qualquer área, da saúde até o agronegócio, a IA tem se mostrado flexível o suficiente para resolver desde pequenos problemas até auxiliar em problemas complexos.
6. Mas conexão humana está no centro da tecnologia
No SXSW, teve uma palestra bastante comentada, que era sobre saúde social dizendo que daqui algum tempo, estaremos falando sobre saúde social como falamos de saúde mental hoje.
Kasley Killam, cientista social formada em Harvard e autora do livro “The Art and Science of Connection” (“A Arte e a Ciência da Conexão) define a saúde social como a capacidade de desenvolver e manter relacionamentos significativos e interagir regularmente com diferentes pessoa.
A solidão tem aumentado drasticamente.
A partir disso, pode ser que vejamos mais iniciativas em deixar a gente menos solitário.
O Jorge Soares, co-fundador e CTO da hotina, viu um aplicativo para pessoas que não bebem, por exemplo.
A real é que a gente gosta de tecnologia, mas a gente gosta de gente também.
Quem conseguir juntar os dois de maneira útil e signitifcativa vai acabar saindo an frente.
7. Se você está delegando a tomada de decisão final para IA, está usando errado
É normal que nesse começo a gente vá descobrindo os melhores usos de uma tecnologia.
IA tem avançado tanto que mesmo com pouco tempo no hype, já se fala sobre como não usar.
As melhores práticas foram colocadas como uma assistente realmente, não como aquela que toma a decisão por você.
E foi um dos únicos lugares que eu vi questionar: você está terceirizando até a sua intuição para a IA?
Pode parecer que sim, mas ela não sabe tão mais do que você sobre as suas coisas.